domingo, 31 de janeiro de 2010

O isolamento 1ª fase (o sótão)

Já à algum tempo que queria avançar com esta ideia, mas como todas as minhas ideias geralmente implicam gastos, tive que aguardar pelo momento oportuno, andei a pesquisar e obter informações em fóruns da especialidade (leia-se fóruns de ecologia e eficiência energética) e decidi avançar, sendo que numa primeira fase fui saber de orçamentos e materiais.

Depois de muito pesquisar tudo apontava para uma solução: POLIURETANO

no meu caso resolveria dois problemas: 


1º o isolamento do sótão


2º o isolamento das paredes exteriores da casa.


Porquê? (Poderão perguntar vocês)


Porque o construtor não se preocupou com isso, o lema geral de quase todos os construtores é muito parecido com aquele ditado: "Olhos que não veem, coração que não sente", ou seja tudo o que estiver fora da vista do comprador poderá ficar esquecido, como foi o meu caso, mais uma lição quando está a comprar verifique bem tudo por vezes a diferença de 5.000 € de uma casa para outra pode estar exactamente nestes pequenos pormenores que mais tarde se revelam grandes problemas.


A casa tem de facto parede dupla com caixa de ar, mas sem qualquer tipo de isolamento (Wallmate, cortiça ou mesmo esferovite), outro problema era o do sótão, apesar do construtor ter mostrado boa vontade em isolá-lo, não o fez da forma correcta pois aplicou Lã de Rocha.


Depois de me informar passo a dar-vos conhecimento - A LÃ DE ROCHA É APENAS UM ISOLANTE ACÚSTICO! - a Lã de Rocha colocada na placa no sótão desempenha a função de uma esponja ou seja quando cai muita humidade nas telhas esta absorve tudo, por sua vez a "respiração" da casa que sobe para a placa também é absorvida pela Lã de Rocha (uma autêntica porcaria) além de que deita um cheiro muito desagradável e quando temos que aceder ao telhado ou reparar alguma coisa no sótão caminhamos sobre um material que liberta um pó extremamente alérgico que entra pelos poros da pele e dá uma comichão danada.

Assim aqui começa a minha história:


em Setembro de 2009 contactei com uma pessoa conhecida que por acaso mora a cerca de 1Km da minha casa e cuja família já conheço à alguns anos, sabendo que este trabalhava com estes materiais, pareceu-me uma excelente escolha pois iria dar trabalho a alguém da terra, mas a coisa complicou-se quando o Sr. Filipe da NJS - Técnicas de Isolamento, Lda, me foi consecutivamente descartando para depois (relembro que o jovem mora a 1Km da minha casa e sempre o coloquei à vontade para inclusivamente ver a casa à noite e fins-de-semana), num dos últimos contactos que tive com tal personagem já nem me atendeu o telefone falei com o comercial Sr. Drumond, que pelos vistos estaria tão interessado no assunto como o patrão, lição tirada, esqueci esta malfadada empresa (não parece precisar de clientes).


pesquisei na internet por quem trabalhasse com Poliuretano, encontrei duas empresas uma na Caldas da Rainha outra no Milharado (ambas distantes de mim, mas era melhor que nada). Fiz um sorteio e a sorte recaiu sobre o empresa do Milharado que após um breve telefonema se prontificou a vir fazer uma visita no Sábado seguinte (achei muito fruta), a surpresa é que veio e chegou exactamente à hora marcada, feita a vistoria o Sr. João Gonçalves disse-me que para isolar todas as paredes da casa e considerando que a caixa tinha cerca de 10cm de espessura o valor rondaria os 2.500 € , o sótão seriam cerca de + 600 € (não me surpreendeu), aconselhou-me ainda a fazer a aplicação  nas paredes antes do inicio dos meses mais frios ou então só em Maio para que as paredes secassem bem, ficou então acordado que lhe ligaria em principio em Abril para agendar-mos a obra, sendo que ele disse que precisaria apenas de cerca de 3 dias de aviso para poder cumprir (pareceu-me tudo muito bem), explicou-me o processo, que seriam feitos a cada metro de parede 3 furos  ao alto e como é que seria aplicado, o pequeno senão foi quando me disse não dispor de andaimes que teria que ser eu a alugá-los e que teriam que estar já montados aquando da sua chegada, ora isso já não me pareceu muito bem, então eu é que teria de ir contratar alguém para montar os andaimes? 

Bem, a coisa ficou por ali e deixei o barco andar, até porque sempre tive bom stock de madeira que apanho nos pinhais em redor (apenas os pinheiros tombados), tenho também quem me ofereça lenha e ainda existem também os montes de desperdício das obras  e montes de entulho em redor que rendem sempre algo de bom, apesar do mal que fazem como podem ver neste meu post http://ecocasa3.blogspot.com/2009/03/lenha-parte-1.html. 

No entanto, chegados a Dezembro e com a vaga de frio que se fez sentir, não aguentei porque por mais lenha que queimasse e por mais temperatura que conseguisse atingir dentro de casa, a meio da noite já estava frio de novo (porque a placa deixava fugir o calor), por exemplo a sala ficava a 23  à noite e de manhã já estava nuns simpáticos 11º (irra que frio!)

Determinado a arranjar uma solução, ainda que provisória, comecei então por comprar no AKI placas de esferovite de 1m x 0,5m com 1,5cm de espessura para forrar o sótão todo o que atingiu a módica quantia e 240 € (cerca de 240 placas) porque o AKI tinha-as em promoção (sei hoje que poderia ter comprado muito mais barato numa fábrica mesmo, fica a lição para uma próxima), este era um processo que teria que fazer quando um dia quisesse forrar as telhas com poliuretano (o produto não pode ser aplicado directamente nas telhas senão ao expandir levanta-as).

depois de ter colocado as placas no sótão faltava perceber onde e como iria fixá-las,:




ONDE? 
agarradas às ripas de cimento que estão entre as vigas
(para quem não conheço o termo segue a imagem com setas a assinalar as respectivas ripas):

 
 
COMO?
inicialmente tentei com silicone (resultava mas tornava-se dispendioso), depois tentei a cola quente (resultava parcialmente porque dependia muito do tipo de cola que poderia ou não aderir ao cimento e tinha que estar sempre a controlar a temperatura da pistola de cola senão ao aplicá-la fazia furos no esferovite), por fim encontrei uma coisa "baratinha" que desempenhou bem a função - Mastik de fixação (a 1€ cada carga no AKI):

 

para preencher algumas falhas e frestas comprei também espuma de poliuretano em lata (a marca que está na foto é boa, também do AKI e também "baratinha")

decidi então pôr mãos à obra:

1º retirar toda a lã de rocha
tarefa que revelou não ser tão fácil como parecia porque estava húmida, cheirava mal e desfazia-se quando lhe tentava pegar:


parei de imediato e optei por arranjar outra forma de pelo menos proteger os quartos nas laterais onde o telhado é mais baixo e onde seria por agora mais complexo aplicar o esferovite, dirigi-me ao estaleiro de materiais de construção que tenho perto de casa (aqui na província tudo é perto, felizmente) - http://www.albino-miranda.artelecom.pt/, onde fui comprar Wallmate 3cm (para o efeito servia porque na verdade para sotão deve ser usado Roofmate), quando lá cheguei fui atendido por um dos filhos do proprietário (e agora vem a parte impressionante), contei-lhe as minhas peripécias de tentativa de contratação da NJS e posteriormente do Sr. João do Milharado ao que este me diz que conhece um rapaz que é de Santa Cruz e já trabalha com poliuretano há muito tempo, deu-me o contacto e perguntou-me se queria levar o Wallmate na mesma (eu perante a honestidade e prestação do rapaz, não fui capaz de sair de lá sem gastar o dinheiro, até porque não sabia que pessoa era aquela de quem ele me tinha dado o contacto apenas que se chamava João), levei apenas um pacote de (14  placas de 2,60m x 0,60m) por 70 €:

cá estão elas já no sótão:

 comecei a aplicá-las por cima da Lã de Rocha

 
as placas tem um perfil que permite encaixar umas nas outras, onde encontrava o final das vigas, fazia o desenho com marcador e depois recortava com o Tic-tic, ficou um "trabalhinho" à maneira que logo na primeira noite se revelou compensador, no entanto teria mesmo que retirar a Lã de Rocha porque agora esta não respirava de forma nenhuma e seria uma questão de tempo até ter o tecto do quarto repleto de bolor

 

 Mas determinado a explorar ainda mais o poliuretano decidi contactar com o Sr. João de Santa Cruz, este prontificou-se a vir durante a tarde e quando aparece fiquei surpreso, porque era um amigo dos tempos em que trabalhei no bar Cais da Azenha, trocados cumprimentos avançamos para vistoria, ele viu o sótão e disse-me logo que o trabalho era coisa rápida (cerca de 1h) e ficaria 5,5 € / m2, feitas as contas ficaria pelos 800 € (nada mau para ter o sótão totalmente isolado, aqui fica o desenho do que ficou acordado, o que está a amarelo é onde ele iria aplicar o poliuretano, na zona central seria na telha para poder depois aproveitar esse espaço (que é grande e tem bom pé direito) e nas laterais seria directo na placa (para evitar de ter trabalho a colocar o esferovite e para poder aceder ao telhado sempre que necessário)

 
 
assim fui forçado retirar então toda a Lã de Rocha (pensei, se tenho que fazer, faço já tudo de uma vez!), mas como se ela se desfazia toda não dava para tirar placa a placa (de Lã de Rocha placas de 1m x0,5m ao invés do tradicional rolo), então tive mesmo que desfazer em pequenos pedaços para colocar em sacos do lixo de 150 Litros e depois ir despejar ao lixo (de referir que devo ter enchido cerca de 8 caixotes do lixo em torno a minha casa, peço aqui desculpa à vizinhança):


Saco a saco...grão a grão como a galinha...


 


Depois foi retirar todo o lixo e aspirar (para acabar com o pó) ficou com uma aspecto limpo:





coloquei as restantes placas de esferovite no sótão arrumadas a um canto:


e comecei a forrar


aos poucos

frestas e uniões rematadas inicialmente com tiras de esferovite e depois com fita papel de pintor (dos poucos materiais que colam ao esferovite e ao cimento)

a diferença de temperatura nessa noite notou-se bem e no dia seguinte notava-se que a casa estava a "respirar" melhor, pelo menos já não se sentia aquele frio de cortar dentro de casa, algo que sempre considerei inaceitável a meu ver uma pessoa dentro de casa deve poder andar de calções e t-shirt mesmo que na rua estejam 2 graus (desculpem mas este é o meu conceito e se todas as casas estivessem bem isoladas isto seria possível, ter a casa sempre a 23º)

Então assim fiquei por uma semana porque o João só podia vir aplicar o poliuretano no dia 30 o que a mim até me dava jeito pois ia ser operado ao rim esquerdo e estaria fora pelo menos entre 21 e 28, regressei do hospital uns dias mais cedo que o previsto (dia 26, pelos vistos até o meu corpo recicla bem), ontem dia 30 o João veio cá e em cerca de 01h30 fez a aplicação, o resultado posso-vos dizer foi de facto surpreendente (de facto já me tinham dito que este material é o melhor isolante que existe mas não pensei que fosse tão bom), liguei a lareira pelas 19h para aquecer um pouco a casa, logo notei que não só a temperatura subiu muito mais rápido como o sótão acumulou temperatura (sei isto porque tenho um sensor de temperatura no sótão também), hoje de manhã a temperatura tinha apenas baixado 1º o que foi deveras impressionante e não se sentia humidade dentro de casa, agora só falta fechar os acessos laterais ao telhado com uma porta de madeira de cada lado para criar a estanquicidade que pretendo porque quero usar o sótão como mais uma divisão da casa.

aqui ficam algumas fotos do trabalho já concluído:





estas são as tais laterais onde terei que colocar portas porque entra algum vento por aqui, aliás é o único sitio por onde agora o vento consegue entrar:




por agora desenrasquei com umas placas de esferovite a simular uma porta:


 

mas depois para além de ter que chamar o meu sogro para rematar a parede, terei também que chamar um carpinteiro para me fazer as portas e para evitar que o vento seja de Norte ou de Sul  (que é a orientação da minha casa) entre por alguma fresta que as portas possam ter, ainda irei forrar as ripas na zona das portas para impedir que ventos fortes possam passar, pois de apesar de a Sul ter os painéis fotovoltaicos que só por si já impedem que o vento passe pelas telhas a Norte (que é o pior e de onde costuma estar mais vento) não tenho protecção nenhuma, assim irei forrar esta zona toda:




aqui ficam alguns vídeos feitos antes e depois da aplicação do poliuretano:

ANTES (só com esferovite)





DEPOIS





aqui ficam alguns vídeos de profissionais a trabalhar:



E um video que mostra não só a máquina como todo o material necessário para trabalhar com este produto:





por agora é tudo


















quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Painéis Solares (Fotovoltaicos) - Conclusão

Pois é finalmente no passado dia 26 de Janeiro apareceu o funcionário da EDP para fazer a ligação, para meu azar que tinha tudo agendado para dia 27,mas o Sr. disse que como estava por perto decidiu tentar vir logo fazer a ligação e fez, apesar de eu ter chegado nesse dia do hospital (British Hospital) onde tinha sido sujeito no passado dia 21 a uma intervenção cirúrgica (substituição da artéria renal esquerda onde tinha 3 problemas: atrofia da artéria e dois aneurismas), resultado 50 pontos desde o peito esquerdo até ao final do abdomén + 15 pontos na virilha esquerda de onde foi removida a artéria nova, foi um trabalhinho de corte e costura e muito ecológico, vejam a figura:
Deixo aqui o meu agradecimento mais profundo a todo os elementos desse hospital (Unidade de Cuidados Intensivos, pessoal auxiliar, enfermeiros) com quem tive contacto, foram todos 6 estrelas (6 porque superaram as minhas expectativas), ajudaram em muito a aliviar as dores que sentia, um abraço especial de agradecimento para o Professor Doutor Luís Mendes Pedro (Instituto Cardiovascular de Lisboa), pelo profissionalismo e clareza de informação com que conduziu tudo.

Voltando à história deste dia eu tinha chegado a casa pelas 15h e como estava extremamente cansado fui-me deitar (pois não esperava ninguém nesse dia), mas por volta das 16h acordei com a minha esposa a tentar resolver a questão com o funcionário da EDP, mas coitada quando o homem lhe perguntou onde estava o inversor ela teve mesmo que autorizar o Sr. a entrar no quarto onde eu com febre expliquei e orientei o melhor possivel, disse-me o funcionário da EDP que o módulo GSM de telecontagem estava avariado, no entanto ele teve a amabilidade de instalar um novo que tinha na sua carrinha e ficou com o nº do instalador para depois "acertarem contas", o instalador que como eu não estava a contar com esta intervenção senão no dia seguinte pelas 9h, informou-me de imediato que passaria no dia seguinte para resolver o que fosse necessário (o que é compreensível).

assim pelas 16h30 deu-se o arranque da produção que apesar de já ter pouco sol aquela hora ainda permitiu que o inversor disparasse e começasse a debitar Watts.

Por fim hoje pelas 16h consegui obter dados mais concretos por visualização no painel do inversor e o resultado até essa hora foi:

Potência de pico atingida - 2721 Watts (potência máxima de produção registada desde que está ligado)
Potência produzida e injectada na rede: 34,4 kilowatts
Tempo de funcionamento: 22h08
Rendimento do dia de hoje: 17035 Watts hora
Poupança de CO2: 19 Kgs

considero-me muito satisfeito com o equipamento que adquiri e aos interessados aqui deixo o contacto : Alexandre - 919836956 (São Mamede da Ventosa), boa gente é sério no trabalho que faz foi de encontro a todos meus requisitos.

Em breve iniciarei um post onde farei referência diária dos valores(logo que consiga fazer o cabo RS232 para sacar os dados do inversor, isto porque adquirir um módulo para leitura de dados sem fios pode revelar-se uma tarefa um pouco dispendiosa.